Pensamento e linguagem Pensamento é uma actividade essencialmente humana que distingue o homem dos outros animais. É uma actividade que permite o homem entrar em comunhão com o outro (seu semelhante), prever o que se vai passar, decidir uma acção em função daquilo que se viveu. Distinguem-se dois elementos do pensamento, a saber: representação ou conteúdo do pensamento e a própria actividade do pensamento. A linguagem relaciona-se com o pensamento, por ela ser a exteriorização (imagem) deste. Nesta relação, o espiritualismo defende que o pensamento ocorre sem linguagem, porque toda a expressão linguística é uma degradação do pensamento. E o nominalismo, por sua vez, defende que pensamento é apenas linguagem. Se o pensamento é linguagem, então pode-se concluir que ele é um processo material. E enquanto duas realidades não iguais há que ver no pensamento algo distinto da linguagem. Será possível considerar a linguagem humana sem recorrer a uma actividade de pensamento não - linguístico? Para responder esta questão apoiamo-nos na questão da intencionalidade, em que o dito (por escrito ou oral) só ganha sentido de acordo com a intenção. Por exemplo, prometer cumprir alguma coisa, mas sem intenção de o fazer. Husserl na sua tese, «Consciência e intencionalidade», mostra-nos que o dito, não só ganha sentido ou significado de acordo com a intenção, mas é preciso ter consciência do que se diz. E a consciência é especificamente do homem, do pensamento linguístico. Com isto queremos dizer que não é possível considerar a linguagem humana, sem recorrer a uma actividade de pensamento não – linguístico. A significação de uma expressão linguística pode ser reduzida a suas condições de verdade. Mas não se pode reduzir os conceitos a suas extensões, é preciso ter em conta suas intenções. Por exemplo: queremos informar ao António que a Joana, namorada de André está doente. Ora, António conhece os dois, mas não sabe nada da sua relação. Nestas condições, se o