Pensadores

360 palavras 2 páginas
Josué de Castro
Josué Apolônio de Castro (1908, Recife/PE – 1973, Paris/França). Foi médico, geógrafo e antropólogo. Seu legado reside em compreender a fome como resultado da exploração econômica, como produto da dominação política, como conseqüência da injustiça, como dependência, como alienação – a fome era [e é] um fenômeno social – “não era só do Mocambo, não era só do Recife, nem só do Brasil, nem só do continente. Era um problema mundial, um drama universal”. Para ele, a fome não era produto de causas ou fatores naturais; era, sim, “produto de fatores sociais, conseqüência de estruturas econômicas defeituosas” – a fome era [e é] resultado do sistema capitalista – sendo mais acentuada nos países subdesenvolvidos. A única saída possível para resolver esse flagelo implica em mudanças nas condições sanitárias e alimentares dos povos em desenvolvimento, mudanças nas estruturas econômicas e sociais em cada país. Somente com mudanças estruturais, com uma revolução social podem-se criar condições objetivas para resolver o problema da fome no mundo. Ou, como diz Anna Maria de Castro: “Se aceitarmos a teoria de Florestan Fernandes de que as idéias e as categorias do pensamento científico se convertem em outra coisa, que é preciso que se liguem de um modo ou de outro com as atividades sociais, por meio das quais os homens criam e modificam socialmente a história de seus países, de seus continentes e de seus filhos, Josué de Castro foi e continuará sendo um grande cientista. Um tipo de cientista que tentou criar uma teoria explicativa para a triste realidade do subdesenvolvimento, da pobreza, da miséria e que tentou modificar socialmente a história de seu país. É este homem que o Brasil de hoje precisa deixar de ignorar.”
O leitor tem em mãos uma síntese da contribuição de Josué de Castro. Nela encontrará os fundamentos de por que somente ser possível enfrentar o problema da fome com práticas que levem à transformação social – única forma de efetivamente resolver esse

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