peixe
BIOLOGIA, EPIDEMIOLOGIA E CONTROLE DE PARASITOS DE PEIXES
José Luis Luque
Departamento de Parasitologia Animal, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Caixa Postal 74508, CEP 23851-970, Seropédica, RJ,
Brasil, jlluque@ufrrj.br.
INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas tem aumentado consideravelmente a relevância dos estudos relacionados com parasitos e outros patógenos de organismos aquáticos, principalmente daqueles hospedeiros com potencial para o cultivo e para a comercialização, face ao aumento significativo destas atividades no Brasil e no mundo. Parte-se do principio de que ao igual que outros tipos de hospedeiros vertebrados, os peixes apresentam fauna parasitária própria que inclui numerosas espécies organizadas nos principais grupos. Além disto, o estudo dos parasitos de peixes ou Ictioparasitologia, tem sido em certa forma, recentemente incluído nos cursos de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias e pouca menção é feita nos cursos de Graduação respectivos. Considerando essas premissas, o objetivo do presente trabalho é fazer uma revisão sumária de aspectos gerais da biologia, epidemiologia e de controle de parasitos de peixes, com ênfase nas espécies que ocorrem com maior freqüência no Brasil.
PROTOZOÁRIOS
Ichthyophthirius multifilis: ectoparasitos ciliados localizados na pele e nas brânquias de peixes de água doce. É o agente etiológico da ictiofitiríase ou “doença dos pontos brancos”, conhecido popularmente como “ictio”. Esta espécie é considerada responsável por grandes prejuízos na piscicultura mundial. Apresenta um ciclo direto que pode se completar em poucos dias: O parasito adulto (Trofonte) está presente no tecido branquial ou na pele dos hospedeiros; atingindo a maturidade, sai do hospedeiro e fica no substrato dos tanques de cultivo, denominando-se Teronte. Os terontes são as formas infectantes,