Pedofilia uma linha tenue entre a doença e o crime
RENATA CRISTINA SERRATE ORLANDELI 1
RESUMO
O presente artigo tem por objetivo explicitar a linha tênue existente entre o desvio do perfil psicológico – pedofilia- e o abuso sexual de menores propriamente dito, a erronia utilização do termo pedofilia para caracterizar todo e qualquer crime contra o menor, e o tratamento psicológico como forma de complementação na sanção do pedófilo.
Palavras chave: pedofilia, abuso sexual, parafilia, desvio de conduta sexual.
Prof. Orientador
Gesus Grecco
1 INTRODUÇÃO
O tema pedofilia, ainda é demasiadamente delicado, pois para a maioria da população a pedofilia enquanto patologia se confunde totalmente com o crime de abuso sexual de menores. Não se pode desconsiderar que na maioria dos casos a pedofilia se exterioriza configurando o crime, contudo é preciso distinguir a tênue linha que separa a doença – desvio de conduta sexual- e o crime propriamente dito, porque a pedofilia enquanto desejo e presente somente na mente do individuo não é um fato típico, somente a partir do momento que o desejo deixa de ser apenas desejo e atravessa a barreira do imaginário para o contato propriamente dito é que se pode falar em fato típico. Outro ponto relevante é a especial atenção na punição do pedófilo, que além da prisão precisaria também de acompanhamento psicológico e tratamentos alternativos para o auxilio na sua recuperação.
2 PEDOFILIA – CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Atualmente usa-se a palavra pedofilia para classificar o crime de abuso sexual de crianças e adolescentes, contudo anteriormente a palavra pedofilia continha outro significado. Inicialmente a palavra pedofilia não possuía essa conotação de desejos sexuais, somente a partir do sec. XIX é que se passou a atribuir à palavra pedofilia o sentido que possui hoje. Não se pode esquecer que na