Pedagogia

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Por outro lado, temos a espontaneidade, a expressividade, a dinamicidade e a criatividade da linguagem popular. É a linguagem cotidiana, utilizada no dia-a-dia. Ela apresenta gradações diversas, tendo em seu limite a gíria e o calão (“palavrões”).

O falante faz escolhas para usar a língua. Assim, conforme a situação, ele pode fazer usos diversos, como, por exemplo: Estou cansada (culto); Tô cansada (popular); Tô pregada (gíria).

Apesar do avanço dos estudos sobre língua e linguagem, algumas ideias persistem e continuam originando aquilo que Bagno (2002) chama de preconceito linguístico.

Para o autor, esse preconceito tem origem na confusão entre o que é língua e o que é gramática normativa:

A língua é um enorme iceberg flutuando no mar do tempo, e a gramática normativa é a tentativa de descrever apenas uma parcela mais visível dele, a chamada norma culta. Essa descrição, é claro, tem seu valor e seus méritos, mas é parcial [...] e não pode ser autoritariamente aplicada a todo o resto da língua [...] (BAGNO, 2002, p. 9-10, grifos do autor).

O autor adverte que, embora hoje exista uma forte luta contra os preconceitos quaisquer sejam suas origens e formas, com relação à língua, ele ainda é muito comum. A mitologia do preconceito linguístico envolve oito afirmações corriqueiras que constituem, segundo Bagno (2002), mitos difundidos em nossa cultura, mas que se afastam da nossa realidade. São eles:

A língua portuguesa falada no Brasil apresenta uma unidade surpreende.
Brasileiro não sabe português/ Só em Portugal se fala bem português [...].
Português é muito difícil.
As pessoas sem instrução falam tudo errado.
O lugar onde melhor se fala português no Brasil é o Maranhão.
O certo é falar assim porque se escreve assim.
É preciso saber gramática para falar e escrever bem.
O domínio da norma culta é um instrumento de ascensão social.
Bagno (2002) assevera que esse preconceito é perpetuado pelo ensino que ainda se baseia na visão normativa e pelos

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