Pedagogia
Anestesia e neurologia: Hipotermia: Evidências Científicas
Vinícius Pereira de Souza, TSA / SBA* José Roberto de Rezende Costa, TSA / SBA**
“A hipotermia possui dois efeitos fisiológicos evidentes: prolongar a vida ou encurtá-la.” Adolph EF. 1956
I - Introdução Os seres humanos são homeotérmicos e tendem a manter a temperatura corporal interna praticamente constante, em torno de 37º Celsius(C). Através de um controle preciso, mantido pelo sistema termorregulador, são permitidas, apenas, pequenas variações de temperatura, em torno de 0,2º a 0,4º C.1 Os limites de temperatura para definição e classificação de hipotermia variam na literatura médica. Considera-se hipotermia a redução da temperatura sanguínea central abaixo 36º C2. A hipotermia pode ser classificada em não-intencional e terapêutica. Hipotermia nãointencional, também chamada de “acidental”, ocorre principalmente em pacientes submetidos a procedimentos anestésico-cirúrgicos ou em vítimas de trauma, dentre outras causas. Ela advém de vários fatores isolados ou associados, como perda excessiva de calor, inibição da termorregulação fisiológica, ou falta de cuidados adequados para sua prevenção. Já a hipotermia terapêutica, também chamada de “provocada”, é instituída, conscientemente, pela equipe médica, com objetivos bem definidos: tratamento de hipertensão intracraniana refratária, proteção neurológica pós-ressuscitação cárdio-pulmonar, durante cirurgias neurológicas ou cardíacas de maior complexidade, bem como em algumas afecções que cursam com elevação descontrolada de temperatura, dentre outras. Com a finalidade terapêutica, a hipotermia é classifi* Intensivista / AMIB Comissão Científica da Sociedade de Anestesiologia de Minas Gerais Diretor Administrativo da Coopanest-MG Anestesiologista do Hospital Mater Dei – BH / MG ** Mestre em Farmacologia, ICB - UFMG Médico Legista, SESP - MG / Especialista pela ABML Conselho Editorial - Revista Mineira de Anestesiologia, SAMG