pedagogia
A importância e o valor dos usos da linguagem são determinados historicamente, segundo as demandas sociais de cada momento; atualmente existem vários níveis de leitura e escrita. Cabe, portanto, à escola viabilizar o acesso dos alunos ao universo dos textos que circulam socialmente, ensinar a produzi-los e a interpretá-los. Um exemplo; nas aulas de LP não se ensina a trabalhar com textos expositivos, como os utilizados na área de história, geografia, ciências. E nem nas próprias matérias tais textos são usados, pois os professores consideram que trabalhar com esses escritos, é uma atividade específica da LP. Todas as disciplinas têm a responsabilidade de ensinar e utilizar os textos de que fazem uso, mas é a LP que tem o papel de fazê-lo de modo sistemático.
No Brasil existem variedades linguísticas em decorrência de cada classe social e estados (geograficamente falando), e essa diversidade muitas vezes é sinônimo de preconceito na sociedade. Este último deve ser enfrentado na escola como parte do objeto educacional; para isso a LP deve se livrar do mito “do que é certo”, que defende que se deve transmitir a escrita sendo o espelho da fala, e com isso seria preciso consertar a fala do aluno para que ele escreva bem. Esse tipo de conduta, além de desvalorizar a forma de falar de cada estudante, denota desconhecimento que a escrita de uma língua não corresponde inteiramente a nenhum dos seus dialetos, por mais que eles tenham prestigio num determinado momento histórico. A questão não é falar certo ou errado, mas saber com que forma utilizar a linguagem dentro de sala de aula.