pedagogia
Entenda como a nova medida em relação às reprovações vai afetar as escolas paulistanas
A possível alteração no atual sistema de reprovação nas escolas estaduais e municipais de São Paulo foi notícia nessa semana e casou polêmica entre os educadores. A mudança no regime de progressão continuada foi proposta no dia 4 de janeiro pelo novo secretário da Educação, Herman Voorwald. Se aprovada, os alunos das escolas municipais e estaduais poderão ser retidos em três períodos do Ensino Fundamental (3º, 6º e 9º anos), e não mais em apenas dois (5º e 9º anos).
A alteração leva em conta a redefinição dos ciclos do Ensino Fundamental, que até 2006 correspondia a oito anos de estudo divididos em duas fases de aprendizagem: 1ª à 4ª série e 5ª à 8ª série. Hoje, os alunos passam nove anos no ensino básico e continuam com dois ciclos escolares, um de quatro e outro de cinco anos. A proposta do secretário prevê o aumento dos ciclos para três, o que evitará ciclos de aprendizagem muito longos.
Embora a mudança esteja sendo cogitada para 2012, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo informa que ainda não existe previsão para a efetivação da proposta. Mas o assunto está em pauta e, por isso, procuramos saber a opinião de quem vive esse tema no dia a dia.
Ana Eliza Siqueira é diretora da Escola Municipal de Ensino Fundamental Desembargador Amorim Lima, em São Paulo. Para ela, a nova proposta "deve ser analisada com cuidado, pois pode ser interessante". Ela lembra que a divisão do ensino fundamental em três ciclos já existiu nas escolas municipais durante o governo de Luiza Erundina (1989-1992) - durante a gestão de Paulo Freire na Secretaria de Educação -, e só foi alterada no governo de Paulo Maluf (1993-1996). "Nesse período, foram feitos debates com os pais, educadores e com toda comunidade sobre as mudanças no sistema de ciclos", disse a diretora.