pedagogia
Professora – tia: a armadilha
Porque “cartas a quem ousa ensinar”?
Porque é preciso ter ousadia ao querer ensinar nas condições que conhecemos, mal pagos e desrespeitados, e, ainda por cima, falando de amor...
Porque “Professora sim, tia não”?
Porque considerar a professora como sendo tia é transformá-la num parente postiço, é dizer que professoras, como boas tias, não devem brigar e nem se rebelar.
“A tentativa de reduzir a professora à condição de tia é uma “inocente” armadilha ideológica em que, tentando-se dar a ilusão de adocicar a vida da professora, o que se tenta é amaciar a sua capacidade de luta ou entretê-la no exercício de tarefas fundamentais” (p. 25).
É possível ser tia sem amar os sobrinhos, sem gostar de ser tia. Mas não é possível ser professora sem amar os alunos e sem gostar do que se faz.
Mas Paulo Freire deixa claro:
Você tem todo o direito de querer ser chamada de tia, mas não pode desconhecer as implicações escondidas nas manhas ideológica que envolve a redução da condição de professora à tia.
Primeira carta
Ensinar – aprender; leitura do mundo – leitura da palavra
Não existe ensinar sem aprender. Na medida que ensina, o ensinante acaba repensando o passado, de forma a rever suas posições. A necessidade de formação permanente implica a quem ensina tanto o ato de estudar – o qual implica não apenas a leitura da palavra, mas, também a leitura do mundo – como também uma análise crítica de sua própria prática.
Ler, estudar é um trabalho paciente, desafiador e persistente. Sendo assim, cabe à escola estimular o gosto pela leitura e escrita, já que, assim como ninguém nada se não nadar, ninguém escreve se não escrever.
Segunda carta
Não deixe que o medo do difícil paralise você
O medo que surge diante de alguma dificuldade e que gera o sentimento de insegurança naquele que teme, não deve ser negado, ignorado; é preciso, porém, que não se permita que ele “nos paralise ou nos persuada de desistir