Pedagogia
“A arquitetura e a ocupação do espaço físico não são neutras [...] Nesse sentido, a arquitetura escolar interfere na forma da circulação das pessoas, na definição das funções para cada local”.(p.12)
“Um primeiro aspecto, que chama a atenção, é o seu isolamento do exterior. Os muros demarcam claramente a passagem entre duas realidades: o mundo da rua e o mundo da escola, como que a tentar separar algo que insiste em se aproximar. A escola tenta se fechar em seu próprio mundo, com suas regras, ritmos e tempos. [...] Nenhum local, além da sala de aula, é pensado para atividades pedagógicas”.(p.13)
“Os alunos, porém, se apropriam do espaço, que a rigor não lhes pertencem, recriando neles novos sentidos e suas próprias formas de sociabilidade. [...] É a própria força transformadora do uso efetivo sobre a imposição restritiva dos regulamentos. Fica evidente que essa re-significação do espaço, levada a efeito pelos alunos, expressa sua compreensão da escola e das relações, com ênfase na valorização da dimensão do encontro”.(p.13)
“Uma das professoras dessa escola descrita, ocasionalmente, em dias de muito calor, leva seu alunos para a mesa do pátio, fazendo ali uma sala de aula, para o prazer de todos. [...] Mesmo que os alunos, e também professores, o resignifiquem, existe um limite que muitas vezes restringe a dimensão educativa da escola”. (p.13)
3.2-A Dimensão do encontro
“ Atividades, como essas, poderiam contribuir, e muito, para desvelar e aprofundar a polissemia da escola. [...] As cenas descritas evidenciam que a escola é essencialmente um espaço coletivo de relações grupais. [...] Neste sentido, os comportamentos dos sujeitos, no cotidiano escolar, são informados por concepções geradas pelo diálogo entre suas experiências, sua cultura, as demandas individuais e as expectativas com a tradição ou a cultura da escola. [...] Alguns ficam em sala ou pelos corredores, em pequenos grupos. É também comum grupos menores em sala jogando