pedagogia
A educação de jovens e adultos (EJA) tem sido alvo de amplo debate intelectual2
. O analfabetismo, contudo, é ainda um dos grandes problemas nacionais e o seu enfrentamento requer uma metodologia que não se limite a “franquear o acesso” à leitura e à escrita, mas que apóie e dinamize o desenvolvimento do educando na sua relação com a linguagem e a cultura, base de participação social e cidadania.
A compreensão sobre a educação de jovens e adultos avançou a partir da filosofia educativa de
Paulo Freire, desde os anos 1960, e da visão construtivista como desenvolvida em Fuck (2001) e
Ferreiro (2001). Mas as contribuições da psicologia social ficaram ausentes desse processo. A importância do grupo como contexto, apoio, motivação e elaboração do ato de estudar ainda precisa ser analisada. O grupo é o contexto onde se pode reconstruir e criar significados, vivenciar e re-significar questões, através da troca de informações, do insight, da identificação e outros processos (Ribeiro, 1995). O grupo funciona como um campo de referências cognitivas e afetivas, onde o sujeito se integra e se reconhece, podendo tanto bloquear quanto estimular processos criativos e críticos. Enriquez (1997) afirma que, combinando relações de produção e de afeto, opequeno grupo oferece manifestações de organização, expressão, solidariedade e criatividade que remetem ao contexto social. Sendo portador de um projeto, o grupo é ao mesmo tempo analista e ator de sua ação, contribuindo para produzir sua consciência no contexto de sua ação.