Pedagogia
Uma das características mais perversas do subdesenvolvimento é a de copiar "modismos" que ocorrem nos países desenvolvidos sem entendê-los completamente e sem nenhum espírito crítico. Esse é o caso de um dos mais recentes deles, que é o estabelecimento de cotas para negros nas Universidades públicas, que foram introduzidas em algumas Universidades americanas há vários anos. Sucede que o sistema de ingresso em Universidades nos EUA é completamente diferente do critério das Universidades públicas no Brasil.
Aqui, o acesso se dá através de exames vestibulares em que se respeita rigorosamente a classificação: todos têm igual oportunidade, como ocorre em qualquer concurso público ou licitação. Nos EUA não há, em geral, exames de ingresso e a escolha dos candidatos é feita por um comitê de professores que analisa o currículo do candidato e as notas que obteve na escola primária e secundária.
Os critérios de admissão não são objetivos, mas dependem da orientação que a escola adota. Em algumas delas, esportes são privilegiados e atletas promissores são preferidos. Em algumas outras, tenta-se garantir certa mistura entre grupos étnicos (particularmente negros) ou estudantes de famílias de nível de renda diferente, a fim de assegurar a presença dos mais pobres. Isso é feito há décadas e gerou aos poucos a idéia de que existem "cotas" nessas Universidades. Algumas vezes, estudantes brancos brilhantes, que foram preteridos para darem lugar a negros, entraram com ações judiciais contra a Universidade e o assunto foi até a Corte Suprema, que não avaliou o sistema de cotas, mas permitiu que as Universidades fixassem seus próprios critérios para a escolha de estudantes.
O que ocorre no Brasil é inteiramente diferente, e tenta-se forçar pela lei a abertura de cotas que garantam 20% de negros nas Universidades. A primeira delas a utilizá-lo foi a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), mas a abertura tende a se estender por todo o país, com o apoio de