Pedagogia
O resultado da ultima elação presidencial, ao indicar a vitória de um partido de oposição de inspiração socialista, fez surgir a expectativa de uma mudança de orientação nos rumos da politica para uma direção que não aquela do neoliberalismo adotado pelos governos da década de 90, ou seja, aquela manifestação trazia consigo a volta da utopia de uma sociedade que busca a superação de democracia formal e o avanço para uma democracia plena.
Ainda que na prática tais expectativas não se tenham realizado até aqui exista, de fato, uma incerteza quanto à sua possibilidade neste momento histórico, aquela utopia é uma possibilidade que permanece no horizonte. E isso exige uma permanente atenção com a atualização e re-elaboração do pensamento progressista, que tem como perspectiva a transformação social. Esse é um desafio que se põe a todos os que, na sociedade, têm a função de diagnosticar a realidade, refletir sobre ela e propor soluções teoricamente fundamentais para os problemas nacionais. Incluem-se ai os intelectuais, em geral, e os educadores. Para articular essas transformações, é preciso retomar a reflexão teórica progressista que esteve, infelizmente, em retrocesso nos últimos tempos, sobretudo sob o autoritarismo que acompanha o pensamento único que se instalou no poder.
O grande desafio no campo da educação é pô-la a serviço dos interesses das camadas populares; é transforma-la em instrumento de emancipação e de construção de hegemonia da classe trabalhadora. Para que isso ocorra, será preciso repensar a escola que está ai, na medida em que ela tem, historicamente, servido aos interesses dominantes não é como instrumento de domesticação, decorrente de seus pífios resultados, mas também porque se tem pautado por um pensamento teórico conservador que reserva à educação o papel quase exclusivo de reprodução de força de trabalho. A escola, especialmente a pública, só cumprirá seu mister quando definitivamente se abrir à participação da