Pedagogia
Formada por dezenas de membros de várias tendências políticas radicais, a Comuna era a administração municipal eleita pelo povo. Desarmou a Guarda Nacional, estabeleceu o serviço militar obrigatório, declarou nulos os decretos de Versalhes e proclamou a autonomia municipal extensiva a todas as cidades da França. A Comuna, que durou apenas 72 dias, desenvolveu uma política de forte inspiração socialista, proclamando a absoluta igualdade civil de homens e mulheres, suprimindo o trabalho noturno e criando pensões para viúvas e órfãos. Caracterizou-se como a primeira experiência histórica de autogestão democrática e popular. Karl Marx chamou os revolucionários da Comuna de Paris de “assaltantes do céu”, pela grande energia e pouca objetividade de seu movimento. Thiers reuniu tropas, pediu a Bismarck que libertasse os prisioneiros de guerra e, com a ajuda dos prussianos, cercou Paris, bombardeando-a intensamente. Ao invadir a cidade, os soldados de Versalhes encontraram uma desesperada resistência popular. Mais de 20 mil pessoas foram mortas nos combates ou executadas posteriormente, além de 70 mil terem sido exiladas e deportadas para a Guiana Francesa. A Terceira República sobreviveria até 1940, quando a França foi invadida por Hitler, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Convivendo com uma contínua efervescência social e disputas imperialistas-coloniais, consolidou-se internamente baseada no nacionalismo. Teve ainda duas crises no século XIX: o caso Boulanger e o caso Dreyfus. Entre 1887 e 1889, a ascensão de um general do exército, Georges Boulanger, com ambições semelhantes às de Napoleão, movimentou os militares pela volta do império. Acusado de conspiração, Boulanger fugiu e suicidou-se, colocando fim ao prestígio dos soldados bonapartistas. Em 1894, Alfred Dreyfus, de origem judaica e capitão do exército Frances, foi acusado pelos monarquistas de ter vendido segredos militares