A crise na adolescência implica em diversos fatores que contribuem para um sentimento de exclusão, de inferioridade e prejudica a autoestima do adolescente, comprometendo seus relacionamentos, quer seja com namorado, família, amigos e outras relações. O sentimento de insegurança no adolescente culmina principalmente no ciúme e na forma de amar possessivamente, bem como de querer atingir seus objetivos em curto prazo e com o máximo de intensidade. Bruxel (2004) tem uma visão abrangente do sentimento de inferioridade especificamente em adolescentes, e em especial adolescente em situação de vulnerabilidade, pois afirma que diferentes contextos e espaços culturais fazem a diferença na história de vida das pessoas. Destaca três aspectos impactantes na adolescência: baixa autoestima, frágil internalizará dos limites e a falta de perspectivas frente ao futuro. Bruxel (2004) também entende que a baixa autoestima produzida pela exclusão social desmobiliza o potencial dinâmico próprio da adolescência, além de a sociedade imprimir neles um sentimento de culpabilidade pela pobreza. Esta afirmação não objetiva aqui diminuir as responsabilidades dos sujeitos frente a suas situações existenciais, mas uma forma de olhar criticamente a história e seus processos de exclusão e dominação. Os adolescentes possuem um profundo sentimento de inferioridade e, para eles, suas vidas têm pouca significação para o mundo. Isto os desmobiliza e não os motiva a estudar e buscar as resoluções dos problemas do cotidiano. Neste contexto existencial, eles muitas vezes buscam se afirmar de forma negativa, pela violência, uso de drogas e pelo medo que provocam. O autor continua afirmando que o sentimento de inferioridade nesta fase de afirmação de identidade do adolescente rumo à autonomia da vida adulta, bem como a capacidade de tomar decisões com maturidade, tornam-se experiências cada vez mais complicadas, especialmente para o marginalizado. Nossa cultura dominante apresenta mil e uma possibilidades