Paz Mundial e a Era Nuclear
conceitos abstratos e também fatos concretos, é individual e social, é da natureza
inata e por outro lado de fatores adquiridos.
Como doutrina ou ideologia a paz está relacionada com algum sistema de
crença que dá origem aos dogmas pacifistas e quando este se institucionaliza,
surge a necessidade de algum sistema de ação que envolve algum pragmatismo.
Desta maneira, a duradoura discórdia entre dogmatismo e pragmatismo resulta
em paz.
A paz é um problema individual, porque tem as suas raízes no sistema
motivacional da personalidade. É necessário que o ser humano sinta a
necessidade, apresente a tendência, experimente o desejo e, em resumo, seja
compelido em direção da meta de um estado pacífico para participar ativamente,
direta ou indiretamente, no estabelecimento do processo de paz.
A necessidade de paz é natural e inata na sua origem e adquirida enquanto
se consagra e desenvolve. A condição de paz, seja no indivíduo ou num povo,
disse Platão (1), não pode ser estabeleci da a não ser que exista um estado de
paz interna, isenta de impulsos violentos e tendências agressivas.
Os preâmbulos acima mencionados, demonstram a bipolaridade ou
dicotomia do processo de paz. Necessita-se, porém, de uma aproximação
analítica para se chegar a bases lógicas.
A pesquisa da paz é decepcionante, pois na literatura científica não se
encontrará nada mais que os fatos amargos, coligidos e investigados, sobre a
guerra, como se fosse através da guerra que se chega a conhecer a paz. Esta
estranha realidade torna-se mais evidente, quando em obras escritas por
especialistas nos deparamos com declarações como essas: "...a paz é apenas
ausência de guerra..." ou "Se desejas a paz, prepara-te para a guerra". Há uma
grande diferença entre a primeira declaração e uma outra que poderia ser assim :
"A guerra é apenas ausência de paz". A primeira vista,