PAUL FEYERABEND
INTRODUÇÃO
Para Paul Feyerabend, a ciência não é uma atividade racional. Menos ainda necessita de um método próprio para se efetivar. Qualquer regra pode e deve ser quebrada, inclusive as regras da lógica, para haver um progresso no conhecimento. Com essas idéias, ele acaba por adotar uma posição clara e assumidamente não racionalista e relativista, e se autodenomina um “anarquista metodológico”.
CAPÍTULO I
Não existe uma só regra que, embora tenha princípios firmes e seja bem fundamentada, deixe de ser violada em algum momento. Tais violações não são acidentais, não são o resultado de conhecimento insuficiente ou de desatenção que poderia ter sido evitada. Percebe-se, ao contrário, que as violações são necessárias para o progresso. Muitos acontecimentos e desenvolvimentos em torno da história e da filosofia da ciência se deram devido a não obediência e não limitação de certas regras metodológicas.
CAPÍTULO II
Proceder contra-indutivamente significa introduzir hipóteses que não se ajustam a teorias já firmadas ou fatos bem estabelecidos. O cientista usando a “contra-regra” (contra-indução) deve comparar idéias antes com outras idéias do que com a experiência e tentar antes aperfeiçoar que afastar as concepções que forem vencidas no confronto. Os relatos de observação, os resultados experimentais, os enunciados factuais ou encerram pressupostos teóricos ou os afirmam, pela maneira como são usados. Por isso a discussão não está em admitir ou não as teorias contra-indutivas na ciência, mas sim saber se as atuais divergências entre teoria e os fatos devem ser aprofundadas ou reduzidas, de saber o que se há de fazer com elas. O intuito desse pensamento é o de mostrar que todas as metodologias, inclusive as mais óbvias, possuem limitações.
CAPÍTULO III
Aqui Feyerabend critica a condição de coerência que a ciência tradicional prega na adequação de novas teorias às mais antigas e já habitualmente aceitas por todos.