Paugam, serge. fragilização e ruptura dos vínculos sociais: uma dimensão essencial do processo de desqualificação social
Se antes a condição de inserção no mercado condicionava a configuração dos lugares próprios dos sujeitos, hoje, o próprio mercado tornou-se o lugar dos sujeitos. Partindo dessa afirmativa, podemos conceituar desqualificação social, segundo Paugam, “ (...) ao processo de expulsão do mercado de trabalho e às experiências vividas na relação com a assistência que acompanham em diferentes fases”(p.63 no texto de apoio)
Paugam aborda ainda a pobreza tanto nos seus aspectos materiais de insuficiência de renda, como de uma construção coletiva de subalternidade e do não desenvolvimento de capacidades básicas, ou seja, a desqualificação social corresponderia a “(...) relação entre uma população designada como pobre em função de sua dependência em relação aos serviços sociais e o restante da sociedade”.
No sentido de definir esta relação, existem cinco elementos principais:
1º – Estigmatização dos assistidos – onde o pobre, em sua condição de assistido ficará estigmatizado, seu “status social” será de constrangimento e viverá em uma situação de isolamento. “(...) A humilhação lhes impede de desenvolver qualquer sentimento de pertinência a uma classe social”(p.64 no texto de apoio)
2º - Conceito de desqualificação social remete ao modo especifico de integração que caracteriza a situação de pobres “(...) A desqualificação social permite analisar a forma e o processo que determinados grupos sofrem, como também aquilo que, às vezes, os coloca como foco central e os constitui como parte integrante do todo que é a sociedade” (p. 64-65).
3º - Este conceito destaca que os pobres, mesmo quando são dependentes da coletividade, não estão desprovidos de possibilidades de reação, apontado o caráter equivocado da noção de exclusão.
4º - O quarto elemento está ligado aos diferentes resultados e modos de resistência ao estigma e adaptação à relação com a assistência, que variam segundo a fase de desqualificação na