Patologia
O desenvolvimento dos organismos multicelulares é o resultado de dois processos intimamente relacionados: o crescimento e a diferenciação celulares. A diferenciação pode ter lugar em dois níveis: a diferenciação celular propriamente dita, que consiste no aparecimento de células fenotipicamente diferentes a partir de um precursor genotipicamente comum e a morfogênese ou diferenciação hística, que consiste no agrupamento de células e seus produtos para formar diferentes tecidos e órgãos. O processo de diferenciação refere-se a dois tipos gerais de mecanismos: controle da expressão da informação genética, que o provoca; e renovação ordenada das células que envelhecem como parte da reposição fisiológica dos tecidos, que o mantém. Ocorre uma expressão seletiva de parte do genoma com a repressão do restante da informação, a qual não se perde (TAMAYO, 1987, LODISH et al., 2002).
A diferenciação celular se encontra num estado de diferenciação terminal, como os neurônios adultos ou eritrócitos que perderam seus núcleos. No processo de diferenciação celular geralmente se atinge um ponto final de função e estrutura estabilizadas (TAKAHASHI, 1982), sendo que as células adquirem uma via metabólica particular e uma morfologia distinta, que são específicas de um tipo conhecido de célula madura e que não se encontram nas mesmas células ou em seus precursores antes da diferenciação (TAMAYO, 1987). Por exemplo, as diferentes estruturas das células nervosas e musculares refletem suas respectivas funções, ressaltando o princípio biológico de que a forma relaciona-se com a função (LODISH et al., 2002).
As células podem se adaptar a certos estímulos patológicos alterando seu padrão de crescimento e isso pode refletir em alterações de tamanho, número ou diferenciação das células do tecido afetado (STEVENS e LOWE, 1996).
As células devem ser capazes de se adaptar mesmo sob condições normais ou alterações fisiológicas como, por exemplo, o desenvolvimento das