Patinho feio
Freud foi o criador da psicanálise e o mesmo que postulou a existência de um inconsciente no ser humano, um mundo de fantasia. Partindo do legado deixado por ele, é possível pensar que são motivações inconscientes que estão na natureza da criação, assim como também pode-se dizer que uma obra toca em aspectos inconscientes das pessoas, despertando as mais diversas emoções. Freud disse: “O escritor criativo faz o mesmo que a criança que brinca. Cria um mundo de fantasia que leva muito a sério, isto é, no qual investe uma grande quantidade de emoção, enquanto mantém uma separação nítida entre o mesmo e a realidade.”. A ideia de inconsciente seria a de exprimir o “conjunto dos conteúdos não presentes no campo atual da consciência”, ou seja, um complexo psíquico (conjunto de fatos e processos psíquicos) de natureza praticamente insondável, misteriosa, obscura, de onde brotariam as paixões, o medo, a criatividade e a própria vida e morte. Pode-se dizer que o criador de uma obra, seja ela um filme, uma peça de teatro, um livro, uma poesia, um quadro ou mesmo uma escultura,tem, levando em conta os estudos de Freud, consciência apenas parcial do que está colocando na sua criação. Muitos aspectos inconscientes estão envolvidos no momento em que ele dá uma estética ao seu desejo. O criador da obra muitas vezes não se dá conta de tudo que está depositando nele, mas há todo um mundo interno de fantasias inconscientes que impulsiona sua criação. Como fruto da subjetividade, a literatura oferece preciosos elementos para análise das manifestações inconscientes. Então se há aspectos inconscientes implicados na criação, também é possível pensar que eles estão presentes em quem recebe e que há afetos que são despertados em quem assiste, observa ou interpreta a obra final. Nas crianças a história infantil ajuda a elaborar medos, angústias, a dar conta das teorias infantis sobre os enigmas da vida. Cada história