Paterson e zderad
Paterson e Zderad partem do pressuposto de que uma teoria da ciência da enfermagem se desenvolve a partir das experiências vividas entre enfermeiros e enfermos, sendo fundamental o significado que tem, para cada um, o vivenciar o mundo. As autoras descrevem a enfermagem como uma resposta de cuidado de uma pessoa para com a outra num período de necessidade, ajudando-a a alcançar bem-estar e a ser mais. A enfermagem é considerada, por elas, um encontro especial entre pessoas humanas. Assim, o contato entre enfermeiros e clientes não é um encontro fortuito, mas uma relação na qual existe um chamado e uma resposta intencional. Mais do que uma conversa entre duas pessoas, é um relacionamento em que ocorre um verdadeiro partilhar, uma transação intersubjetiva, isto é, a relação de um indivíduo único (EU) com outro também único (TU), criando-se um compromisso autêntico.
Nascimento e Trentini enfatizam, no modelo de Paterson e Zderad, o diálogo vivido como conceito central; é a partir dele que a enfermagem vai conciliar razão e sensibilidade, subjetividade e objetividade no ato de cuidar. O diálogo se caracteriza como um relacionamento criativo entre enfermeiro e cliente. Nele estão envolvidos: encontrar-se, relacionar-se e estar presente, sempre incluindo um chamado e uma resposta.
Esse diálogo é vivido a partir do cotidiano, ou seja, das ações de enfermagem, sendo necessário que cliente e enfermeiro estejam disponíveis um para o outro, escutando e valorizando desejos, sentimentos e comportamentos para que, juntos, possam planejar um cuidado adequado. Para isso, é necessária a compreensão do significado das experiências do outro, estando o enfermeiro disposto a ir além da competência técnica e do domínio biológico, no encontro com o outro.
A Teoria Humanística de Paterson e Zderad é um desafio, pois exige, de quem a adota, a compreensão da experiência do cliente. Isso implica estar aberto ao todo da experiência, despir-se de pré-julgamentos,