Paternidade
Introdução
O dia dos pais tornou-se uma data puramente comercial, em que a mídia bombardeia mensagens e propagandas em que “amor paterno” aparece como mais um produto, entre muitos. Porém, desde 1997, principalmente durante os meses de agosto e setembro, o Instituto PAPAI tem promovido em Recife, e outras cidades da Região Metropolitana, atividades que buscam estimular a reflexão sobre o cuidado infantil, valorizando a participação dos homens na educação e no cuidado dos filhos (ver ações de 2002-03 – anexo 01).
Em nossa sociedade, o cuidado infantil é uma experiência pouco valorizada e atribuída normalmente às mulheres. Pouco se pergunta aos homens sobre seu desejo de ser pai e pouco se informa sobre os direitos e compromissos relativos ao exercício da paternidade.
Não se pode esquecer que o cuidado é, antes de tudo, uma habilidade, que se aprende ao longo da vida. Desde criança, as mulheres praticam o cuidado infantil. Elas, desde muito cedo, são estimuladas, por exemplo, a brincar de boneca, exercitando o que supostamente as espera pela frente: a vida doméstica. Quando um menino resolve incluir entre suas brincadeiras peças ou jogos relacionados ao lar, geralmente é recebido com chacotas e censura: “Menino não brinca de arrumar casa”, “Menino não brinca de boneca”. Essas mensagens se repetem, de diferentes formas, ao longo da vida de um homem.
Assim, raras vezes presenciamos um homem adulto executando tarefas associadas ao cuidado de um bebê, seja dentro de casa ou em instituições voltadas ao cuidado e educação infantil, tais como creches, escolas primárias, berçários etc. Do mesmo modo, o cuidado das pessoas idosas e dos doentes, na família, também costuma ser desempenhado por mulheres. Enfim, em nossa cultura, “a arte de cuidar” aparece quase como uma condição natural de ser mulher.
O que poderia ser visto, então, como um privilégio, ao contrário, tem gerado