patativa do assaré
Julgando que Deus é um Pai vingativo, não vês o motivo da tua pressão.
Tu és nesta vida um fiel penitente, um pobre inocente no banco do réu.
Caboclo não guarde contigo essa crença, a tua sentença não parte do Céu”
“Só canto o buliço da vida apertada, da lida pesada das roças ou dos eito.
E as vez recordando a feliz mocidade, canto uma sodade que mora em meu peito”
“Cachingando, cego e surdo
Sem ver e sem está ouvindo pra mim não é absurdo.
Vou meu caminho seguindo.
Nunca pensei em morrer
Quem morre cumpre um dever.
Quando chegar o meu fim
Eu sei que a terra me come, mas fica vivo o meu nome
O BURRO Vai ele a trote, pelo chão da serra, Com a vista espantada e penetrante, E ninguém nota em seu marchar volante, A estupidez que este animal encerra. Muitas vezes, manhoso, ele se emperra, Sem dar uma passada para diante, Outras vezes, pinota, revoltante, E sacode o seu dono sobre a terra. Mas contudo! Este bruto sem noção, Que é capaz de fazer uma traição, A quem quer que lhe venha na defesa, É mais manso e tem mais inteligência Do que o sábio que trata de ciência E não crê no Senhor da Natureza.
Aos poetas clássicos
PATATIVA DO ASSARÉ Poetas niversitário, Poetas de Cademia, De rico vocabularo Cheio de mitologia; Se a gente canta o que pensa, Eu quero pedir licença,