PAT M1
Uma explicação
Estudar e saber uma língua é criar habilidades. O ensino da gramática tem sido criticado por muitos professores, linguistas, psicolinguistas, socioloinguistas, neurolinguistas, comunicólogos, argumentando ser o ensino dexcontextualizado e que o ensino da gramática é mais uma metalinguagem. Claro, isso é uma discussão acadêmica – o que não é minha intenção. Os nossos alunos também argumentam que encontram erros de ortografia, de concordância, de regência, de pontuação nos textos de grandes escritores. É verdade, muitos erros pululam por toda a parte. O grande José Saramago, falecido em 2010, que o diga. Clarice Lispector, Drummond, Rosa, Alencar... são muitos outros exemplos. Na verdade, nenhum escritor tem a preocupação de escrever correto ou não. Sabemos que eles sabem escrever. O que acontece, às vezes, é um descuido, ou um erro de opinião. Depois de mais de 4º anos em sala de aula, tenho a certeza de que há muitos letrados, escolarizados e acadêmicos que não sabem ler, não sabem escrever, não sabem ouvir, não sabem falar: as quatro habilidade do ensino de uma língua qualquer. Estar na escola é, no mínimo, poder aprender e apreender habilidades, simultaneamente. Nossos alunos de todos os graus e níveis leem pouco, escrevem pouco, falam pouco e ouvem pouco. Nossos professores propõem pouquíssimas técnicas e métodos para aperfeiçoar, aprimorar, melhorar essas habilidades. Falta-nos criatividade e objetivos claros. Falta-nos talvez um método viso-audio-gnóstico-gráfico. Sabemos que a teoria é posterior à prática, ou a gramática é posterior à prática da linguagem. O ideal seria que todos escrevessem e lessem muito, falassem e ouvissem muito; depois fosse feita uma estatística, um levantamento de dados linguísticos. A partir desses dados, fossem determinada, ou escolhida como NORMA o que a maioria das pessoas usasse.
Assim, por exemplo, imaginemos que os muitos falantes e ouvintes, escreventes e lentes, usassem:
CÊ – VANCÊ – OCÊ –