Pastoral
1 INTRODUÇÃO
A ideia de missão originou-se no próprio Éden. Foi Deus quem tomou a iniciativa de sair ao encontro do filho extraviado (Gn 1:9), e fez a primeira promessa de enviar o Filho Redentor (Gn 3:15). Aí reside o sentido da palavra latina “missão”, cujo significado etimológico é “enviar” (Schimidt).
Com o fim de consumar a promessa edênica, “Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele” (Jo 3:17). Deus Pai é o “enviante”; Deus Filho, o “enviado”. Porém, o Filho, na prerrogativa de Sua elevada missão, também envia, e, portanto, se torna “enviante”: “Assim como o Pai me enviou {apestalken – apestalken}, eu também vos envio {pempw – pempo}” (Jo 20:21).
No Novo Testamento, o conceito de “envio” relacionado à missão é expresso através de vocábulos como os empregados por João no texto supracitado: o que recebe a missão ou é enviado, apostelo, e o que envia pempo.
Da mesma forma que Ele recebeu do Pai o mandato de ir ao mundo, também envia os Seus discípulos ao mundo (Jo 17:18). Portanto, o objeto do interesse divino é o próprio mundo extraviado, onde deve se desenvolver a missão salvífica (Mt 28:18-20; Mc 16:15). Esse mandato perdurará até que a obra tenha sido definitivamente consumada (Mt 24:14).
No entanto, depois de inaugurado o tempo do fim, a comissão foi renovada para o remanescente: “É necessário que ainda profetizes a respeito de muitos povos, nações, línguas e reis” (Ap 10:11). O termo “ainda” do grego palin (palin), “de novo”, “uma vez mais”, “novamente” (Gingrich e Danker, 1984, p. 154) indica uma renovação do mandado, especificando o caráter da mensagem a ser pregada após o tempo do fim. Uma mensagem profética, cujo conteúdo (Ap 14:6-12) deve ser apresentado, também por um povo profético (Ap 12:17; 14:12).
Deus amou ao mundo (Jo 3:16) e espera que os Seus enviados também amem ao mundo (Rm 5:7-8; 1Jo 2:2). Contudo,