Pastor Hospitaleiro
Das qualificações ao ministros encontradas nas cartas a Timóteo e a Tito, a que despertava minha curiosidade não era se o ministro deveria ser marido de uma só mulher ou o tempo em que isso deveria acontecer, nem se seus filhos deveriam ser crentes, ou fieis ou somente submissos. Ter nas qualificações a palavra "hospitaleiro" me faz pensar e repensar as qualificações familiares numa perspectiva diferente.
Jerônimo, escrevendo a Nepociano diz: "Como os bispos não são senhores, mas pais, assim devem incumbir do seu povo como de seus filhos. Sim, nem mesmo o mais terno amor de mãe por seu filho deve sobrepujar o deles" e, se eu (futuro pastor) tenho que trazer essa perspectiva familiar para o rebanho, pois assim Deus revelou por exemplo no Salmo 23, onde o pastor é o provedor, promove descanso, protege com a vara e achega com o cajado promovendo o "consolo", qualificações que se confundem às do líder do lar.
O fenômeno cultural está transformando famílias e ministério, e essa qualificação do pastor tem ficado constantemente à margem das demais nas escolha (quando não são negligenciadas todas elas). A hospitalidade tem sido cada vez mais rara e negligenciada, seja pela dificuldade de deslocamento nos grandes centros, falta de tempo entre trabalho, estudos e família e, principalmente, pelo estilo de vida individualista cultivado na sociedade em geral.
O termo grego para hospitaleiro é filoxenon e é composto por duas palavras: "amigo, amor" (filo) e "extrangeiro" (xeno). Claramente, levando também em conta o contexto onde Paulo escreveu suas cartas, a palavra extrapola a hospitalidade (hospedagem, recepção, cuidado, etc.) de pessoas desconhecidas, o que na vida do pastor seria facilmente traduzido como o centro de ministério e refrigério para o rebanho, ministros itinerantes, e pessoas carentes.
David J. Merkh em seu artigo sobre as "Qualificações Familiares do Líder Espiritual" 1trata da hospitalidade como característica de quem tem a vida