PASSADO TURBULENTO CONSTRÓI INDIVÍDUO

Universidade do Vale do Rio dos Sinos Comunicação Social em Jornalismo Projeto Experimental em Revista
Professora: Thaís Furtado
Aluna: Suzi Servo

Passado turbulento constrói indivíduo Todos os dias é o mesmo entra e sai. Passos apressados. Tons amigáveis e exaltados. A diferença para melhorar o dia de uma pessoa pode estar na resposta prestativa ou no olhar compreensivo de um total estranho. Quem chega na prefeitura de Campo Bom buscando informação sobre exames e medicações é recebido por um senhor moreno, de aproximadamente um metro e setenta, de sorriso e prosa fácil. Sempre impecável em seu uniforme azul e preto com o emblema do município, Ildo dos Santos, 50 anos, já dedicou mais de vinte anos à prefeitura. Quarto filho de uma família de seis irmãos, Ildo, é natural de Três de Maio, cidade próxima à fronteira do Rio Grande do Sul com a Argentina. Desde muito cedo, ele teve que lidar com o que define como “turbulências” em sua vida. Com a separação de seus pais, ele e os irmãos vão morar com parentes, ficam longe uns dos outros e, consequentemente, afastam-se emocionalmente. Ildo fica por mais alguns anos na sua cidade de origem, sendo educado pela tia Elza da Silva, com quem relata sempre ter tido um bom relacionamento. Ainda muito cedo, com apenas nove anos, Ildo começou a trabalhar na área calçadista para ajudar a complementar a renda familiar. Quando completou doze, atuou na construção civil, como servente de pedreiro. Aos dezesseis, mudou-se para Campo Bom com o “empurrão” do primo Aquiles Santana da Silva, de 20 anos. Aquiles que já morava há um ano na cidade, adiantou um mês de pagamento na pensão em que estava instalado, para que Ildo tivesse onde ficar enquanto procurava emprego. Como nesta época o Vale dos Sinos era um grande pólo do calçado, Ildo logo foi contratado por uma das maiores empresas de calçado de Campo Bom, e assinou pela primeira vez a sua carteira de trabalho. Mais tarde, Ildo fez “bico” como