Paráfrase do primeiro capitulo do livro 1808
A fuga dos reis
Na manhã de 29 de novembro de 1807. A lama dificultava a chegada das carruagens. O Porto de Belém vivia numa espécie de caos náutico. Milhares de pessoas tentavam embarcar no meio do tumulto. Havia caixotes, bagagens espalhadas por todo lado, mas nos navios superlotados não ia haver lugar para tanta gente, iam ter de ficar para trás. E no fim, embarcaram a família real, criados, os conselheiros, médicos e juízes. Além dos ministros, os nobres, padres, militares, e funcionários públicos em geral. Fazer parte desta lista, das pessoas mais importantes, era realmente um privilégio, mas em muitas famílias provocou dolorosas separações... Sofrimento mesmo! Tanto para os que ficavam quanto para os que partiam. Afinal, o que vinha pela frente era: a incerteza e um oceano no meio.
Porque o rei fugia?
Ameaçado por Napoleão, D. João abandona Portugal e foge para o Brasil. Antes de embarcar, raspa os cofres do governo. O povo desamparado e traído, chora no meio do cais.
Em 1807, Napoleão era o senhor absoluto da Europa. Seus exércitos haviam colocado de joelhos, todos os reis e rainhas do continente um após o outro, derrotados de maneira surpreendente e brilhante. Ao longo de uma década, Napoleão travou inúmeras batalhas, e nunca foi derrotado. Reis, rainhas, príncipes, duques e nobres foram expulsos de seus tronos e substituídos por parentes de Napoleão, acontecendo a prática do nepotismo. E com isso, Napoleão se tornou um temido conquistador e dominou inúmeras terras na Europa.
O trono de Portugal, não era ocupado por um rei, mas sim por um príncipe regente. D. João reinava em nome de sua mãe, D. Maria I. Declarada insana e incapaz de governar, era chamada de: “A rainha louca”. D. João, não tinha sido educado para governar os destinos do seu país. Seu irmão mais velho e herdeiro natural do trono, D. José, havia morrido de varíola em 1788, aos 27 anos. D. João era um homem solitário ás voltas e com sérios problemas conjugais. Além de ser