Parmenides
Parmênides de Eléia (secs. VI-V a.C.), foi fundador da Escola Eleática, destinada a ter grande influencia sobre o pensamento grego. No âmbito da filosofia da physis, Parmênides se apresenta como inovador radical e, em certo sentido, como pensador revolucionário. Efetivamente, com ele, a cosmologia recebe como que um profundo e benéfico abalo do ponto de vista conceitual, transformando-se em uma ontologia (teoria do ser). No seu poema Sobre a natureza, que se tornou celebre, descreve três vias de pesquisa:
1) a da verdade absoluta;
2) a das opiniões falazes, ou seja, a da falsidade e do erro;
3) a da opiniao plausível.
A primeira via afirma que “o ser é e não pode não ser; o não-ser não é e não pode ser de modo nenhum”. “Ser” e “não-ser”, portanto, são tomados no significado integral e unívoco: o ser é o positivo puro e o não-ser é o negativo puro, um é o absoluto contraditório do outro.
Sua argumentação é baseada em alguns principios: tudo aquilo que alguém pensa e diz, é. Não se pode pensar (e, portanto, dizer) a não ser pensando (e, portanto, dizendo) aquilo que é. Pensar o nada significa não pensar de fato, e dizer o nada significa não dizer nada. Por isso, o nada é impensável e indizível. Assim, pensar e ser coincidem: “... pensar e ser é o mesmo”; em segundo lugar, o ser é não-gerado, porque de outro modo deveria derivar do não-ser, o que seria um absurdo, partindo da ideia de que o não-ser não existe; em terceiro lugar, é incorruptível, porque de outro modo deveria terminar no não-ser. O ser não tem, consequentemente, um “passado”, porque o passado é aquilo que não existe mais, nem um “futuro”, que ainda não existe, mas é “presente” eterno, sem início nem fim. Por conseguinte, o ser é também imutável e imóvel, porque tanto a mobilidade quanto a mudança pressupõem um não-ser para o qual deveria se mover ou no qual deveria se transformar. Parmênides proclama seu ser como limitado e finito, no sentido de que é “completo” e “perfeito”.
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