Parafuso telúrico
Chancourtois baseava-se no peso atômico do elemento químico oxigênio, na época já estabelecido como 16. Assim, utilizou um cilindro, dividiu-o em 16 segmentos iguais, e marcou uma hélice na superfície desse cilindro, formando entre ela e seu eixo um ângulo de 45°. Sobre essa hélice dispôs os elementos químicos em ordem crescente de seus pesos atômicos. Percebeu então que “a hélice atravessava as geratrizes a distâncias cujos valores eram múltiplos de 16 e os elementos onde os pesos atômicos diferiam em 16 unidades, caíam na mesma geratriz”1. Observou também que o grupo de elementos de cada geratriz apresentava semelhanças em suas propriedades, ao menos àquelas comuns e conhecidas na época.
De acordo com as palavras de PERUZZO E CANTO, “ao redor do cilindro foram feitas dezesseis divisões, e os elementos com propriedades semelhantes apareciam uns sobre os outros em voltas consecutivas da espiral”2. Chancourtois sugeriu que suas propriedades estariam em direta relação com a posição em que os elementos ocupavam na sequencia. Entretanto, as regularidades encontradas por ele não poderiam ser observadas para todos os elementos, e a ideia foi descartada.
Por exemplo, os elementos químicos boro (B), berílio (Be) e lítio (Li), da mesma forma que os elementos alumínio (Al),magnésio (Mg) e sódio (Na), encontram-se em uma mesma geratriz, o que deveria conferir semelhanças em suas propriedades. Entretanto, apesar disso ocorrer entre alguns elementos, o grande número de irregularidades encontradas fizeram com que o trabalho de Chancourtois não recebesse maior atenção perante a comunidade científica da época. Entre essas irregularidades pode-se utilizar como exemplo as propriedades dos