Para atravessar contigo o deserto do mundo
Em Agosto chega a Vig, vindo da Noruega um cargueiro inglês cujo seu nome era "Angus" onde Hans se alistou como grumete. Atravessaram as tempestades da Biscaia. Chegaram a uma cidade desconhecida, o Porto. Hans amou desde o primeiro dia a cidade. Alguns dias mais tarde Hans e o capitão do barco tiveram uma discussão e nessa noite Hans fugiu do barco sem o seu capitão saber. Encontrou um inglês chamado Hoyle que o ajudou e fez dele um misto de empregado e de filho adoptivo. A sua adolescência decorreu entre os cais, os armazéns e os barcos.
Dois dias depois de Hoyle ter acolhido Hans, comprou-lhe roupa, papel e caneta. Hans enviou uma carta à sua família a pedir desculpas pela fuga, as razões que o levaram a fugir, as suas aventuras e o seu paradeiro. Meses depois a sua mãe respondeu à sua carta dizendo-lhe para não voltar a Vig, pois seu pai não o aceitaria de volta. Os anos passaram e Hans aprendeu a arte de navegar e a arte de comerciar. Aos 21 anos Hans já era capitão de um navio de Hoyle e homem de confiança nos negócios.
Desde muito cedo Hans conheceu as ilhas do Atlântico, as costas de África e do Brasil, e os mares da China. Ao fim de longos meses, Hans regressou à sua cidade de adopção e Hoyle entregou-lhe as cartas que recebera na sua ausência, as cartas da sua mãe. Todas as cartas diziam para Deus o abençoar e que não voltasse a Vig, pois o pai não o receberia. Quando já passada a sua primeira mocidade, Hoyle adoeceu e pediu a Hans para ficar com ele. Hans ficou, deixou de ser seu empregado e passou a ser seu sócio. Hans tratava agora de todos os negócios de Hoyle e à noite relatava-lhe todo e, de seguida, bebiam juntos um copo de vinho.