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Os fundamentos da ética são sociais e históricos. Só o ser social age eticamente uma vez que só ele é capaz de agir com consciência e liberdade. Para agir teleologicamente o Homem cria alternativas de valor, escolhe entre elas, incorporando-as nas suas finalidades. Neste contexto, e no sentido de explicitar as formas específicas de objectivação da ética, Maria Lúcia Barroco estabeleceu a distinção entre prática moral, à ação ética e reflexão filosófica sobre elas. “A moral é o conjunto de costumes e hábitos culturais, transformados em deveres e normas de conduta, que responde à necessidade de estabelecer parâmetros de convivência social. As normas morais são orientadas por princípios e valores que, quando estão legitimados socialmente, funcionam como deveres exigidos aos membros da sociedade, tendo por objetivo o bem da comunidade. No plano da moral as ações são valoradas como boas/más, justas/injustas, corretas/incorretas” (Maria Lúcia Barroco, 34). “É no campo da moralidade que são estabelecidos os juízos de valor (...). Os deveres, as normas e os juízos configuram o caráter normativo da moral e atendem a expectativas sociais diante do comportamento dos indivíduos” (ibid., A moral constitui a prática dos indivíduos na sua singularidade e a ética é a reflexão teórica e a ação livre voltada ao humano. O conteúdo da reflexão ética é a própria realidade moral. ”As normas e os valores não são instituídos pela teoria, mas por necessidades práticas. A teoria pode contribuir para entender esse processo, indagando sobre o seu significado e voltando à prática para contribuir na sua transformação” (ibid.36) A reflexão ética contribui para a descoberta das implicações éticas do agir social e do significado dos valores existentes nas relações de poder.
2- DESENVOLVIMENTO
“Que a reflexão sobre o humano, demasiado