Paper: João Batista o Messias?
João Batista, o Messias? Falar sobre messianismo é falar de um assunto amplo e complexo, que demanda tempo, dedicação e sobretudo um olhar imparcial, tratando o tema com lentes Histórico-critica, entendendo que as revelações trazidas não anulam o conceito messiânico trazido pela Bíblia Sagrada. A maneira como se cria em um messias no tempo de Jesus não era homogênea, não se cria somente no messias que viria da raiz de Davi, do qual se esperava feitos equivalentes ao do grande Rei, pelo contrário, “o caráter da doutrina messiânica no tempo de Jesus é marcado pela fluidez e espontaneidade, além da total ausência de princípios doutrinários cristalizados” (SCARDELAI, 1998 p. 120). Assim não se deve esperar que o messianismo palestino-judaico do primeiro século seja uniforme. Um dos grupos, que propunha ideias diferentes, era a comunidade de Qumran, que acreditava na vinda de dois messias escatológicos e um profeta, ou seja, um redentor de Israel e o outro redentor de seu grupo, que supostamente seria João Batista o qual assumiria o papel de messias-sacerdote, figura que o apócrifo, Testamento dos Doze Patriarcas (século II a.C.), destaca estar acima do messias-rei (Jesus): “Portanto, meus filhinhos, obedecei a Levi e a Judá. Não vos insurjais contra estes dois troncos! Deles vos advirá a salvação de Deus, pois eis que Deus suscitará de Levi um Grande Sacerdote, e de Judá um Rei”. (PROENÇA, org., 2005, p.341). Posteriormente, foi possível notar interpolações propostas por escritores cristãos, a exemplo de Lucas, em seu evangelho, quando liga João Batista a Jesus por laços de Sangue podendo associar os dois aos modelos messiânicos citados anteriormente; O Evangelho de João, entretanto contrapõe veementemente tal ideia, chegando a afirmar que João sequer conhecia Jesus (Jo 1:31-33), e fazendo João afirmar que não era o messias (Jo 1:20); Outros escritos contidos