Makers a nova revolução industrial
“Há pouco mais de 60 anos, o mecânico Fred Hauser projetou em uma oficina em sua casa, nas horas livres, um mecanismo de irrigação automático para jardins. Foram anos entre a invenção e a chegada do produto efetivamente às prateleiras. “Ele precisava despertar o interesse de um fabricante que se dispusesse a pagar pelo licenciamento da invenção, o que, além de difícil, acarreta para o inventor a perda do controle sobre a invenção”. São os proprietários dos meios de produção que decidem o
que produzir”, descreve sobre esse episódio Chris Anderson, autor do livro Makers – a nova revolução industrial.
Neto de Hauser, Anderson herdou a vontade de inventar – mas, como aponta o ex-editor da prestigiada revista Wired, que fundou a empresa 3D Robotics para fabricar aeromodelos autônomos, o caminho entre a ideia e o produto tornou-se muito mais simples, ágil e independente do que na época de seu avô. Agora, ele mesmo pode controlar a produção.
Declaradamente parcial, o autor, entusiasta das novas tecnologias, expõe o que ele chama de uma nova revolução industrial, fruto dos últimos 10 anos de descobertas de outras formas de criar e compartilhar pela internet. Cada vez mais, os chamados “Makers” criam produtos e serviços usando ferramentas digitais e fabricam em oficinas caseiras, de forma a atender, principalmente, nichos específicos ignorados pela indústria de massa.
Hoje a fabricação digital desktop efetivamente introduziu um tipo de ‘produção artesanal mecanizada’ com que Piore e Sabel (Michael Piore e Charles Sabel, teóricos do pós-fordismo) só poderiam ter sonhado na época. Em vez de retornar às máquinas de costura e às oficinas locais, que as grandes fábricas expulsaram do mercado 100