Papel do brasil na economia mundial
No mesmo período houve um acentuado avanço de bens primários (“Básicos” e “Semimanufaturados” na linguagem do comércio exterior), que passaram de 40% a 60% da pauta exportadora, proporção esta que continua a crescer em desfavor dos manufaturados, ano a ano.
Essa virada “primário-exportadora” se deu como resposta comercial a crise cambial dos anos neoliberais do governo Fernando Henrique Cardoso I, mas não alterou em nada a política de livre ingresso e saída do capital estrangeiro, sob todas as formas. E como resultante dessa política, o custo desse capital triplicou o déficit na conta de serviços (esse déficit de serviços evoluiu de US$ 23,7 no período 1995-1999 para US$70 bilhões em 2010).
A solução primário-exportadora para a crise conjuntural de 1999 tornou-se uma espécie de estratégia de ajuste estrutural, mas não resolveu sequer o problema original – o déficit acumulado na “conta corrente” com exterior, que provocara o ataque especulativo ao real no final de 1998 e início de 1999.
O déficit externo vai ressurgir a partir de 2008 (esteve ao redor US$ 48 no último ano) e continua crescendo, sob o impacto de duas pressões não resolvidas – a perda de competitividade das exportações de manufaturas e o avanço do déficit dos “Serviços”, atribuível à remuneração do capital estrangeiro na economia brasileira.
Em resumo, a “solução” estrutural de ‘primarizar’ o comércio exterior mudou a natureza das nossas relações econômicas externas, mas não as resolveu de maneira consistente. Ao contrário, continua crescendo as exportações de “básicos”, sem diminuir, mas ao contrário elevando ano a ano o “déficit” da Conta Corrente com o Exterior.
A economia brasileira não é apenas comércio exterior - as exportações de