Paisagens Brasileiras
Sempre que se fala sobre o relevo brasileiro, três classificações são lembradas: a de Aroldo de Azevedo, a de Aziz Ab'Saber e a de Jurandir Ross. Você pode pensar que em cinco décadas o relevo do Brasil mudou, ou que havia erro nas primeiras classificações. Entretanto nada disso aconteceu. A verdade é que cada autor seguiu uma "escola" diferente em seus estudos de geomorfologia. Além disso, os recursos eram bem mais limitados na época das primeiras classificações. Sem dúvida, as modernas técnicas de sensoriamento remoto e imagens obtidas por satélite possibilitaram uma visão mais detalhada do território brasileiro, de sua geologia e hipsometria. No entanto, esses três brilhantes geógrafos contribuíram imensamente, cada um a seu tempo, para o estudo do relevo brasileiro. Antes, porém, de analisar as subdivisões do relevo do Brasil, vamos estudar sua estrutura geológica, sua formação e as alterações que ele sofreu em sua "fisionomia", retomando as noções básicas que vimos na primeira parte.
2) ESTRUTURA GEOLÓGICA:
Dos tipos de estrutura geológica que distinguimos na crosta terrestre, o Brasil apresenta escudos cristalinos ou núcleos cratônicos, bacias sedimentares e cadeias antigas. Não possui dobramentos modernos. Veja o mapa da página ao lado.
As bacias sedimentares ocupam cerca de 64% da área total do território brasileiro. São divididas em grandes e pequenas bacias, denominadas fanerozóicas, porque se formaram nas eras Paleozoica, Mesozoica e Cenozoica. No Brasil, as áreas cristalinas (escudos) ocupam cerca de 36% do território, tendo sido formadas em épocas muito antigas (pré-cambrianas). Os terrenos arqueozóicos correspondem a 32%, e os proterozóicos a 4% da área total do país. Nos terrenos da Era Proterozóica, estão as riquezas minerais do Brasil (ferro, manganês, bauxita, ouro, entre outros). Portanto, o que denominamos Complexo Cristalino