Analise da estetica paisagistica
Brasil Florestal, Brasília DF, v.10, n.37, p. 6-14, 1979.
Apresentação da Reedição Eletrônica de 2010
Como
professor
da Universidade
Federal
de
Viçosa,
tenho
recebido
correspondências solicitando cópias deste artigo, um dos meus primeiros trabalhos publicados no Brasil, juntamente com Professor Osvaldo Valente.
Em entrevista coordenada pela jornalista ambiental, Amália Safatle, publicada recentemente pela Revista Página 22 (edição 41, maio de 2010), expliquei a minha visão atual do trabalho, 31 anos após a publicação do artigo original:
Em 1979, você publicou um artigo na Revista Brasil Florestal descrevendo como analisar a paisagem brasileira por meio da detecção de linhas, formas e texturas no campo de visão. Você ainda defende essa abordagem estética fundamentada na geometria euclidiana? Hoje reconheço a influência da geometria euclidiana naquele trabalho. É, de fato, uma geometria muita restritiva quanto à representação dos fenômenos naturais. Acho que acertei em apontar naquele artigo de 1979 a importância do que chamei de “o efeito da vivacidade da paisagem” nos olhos do observador. Mas, agora acredito que a causa da vivacidade não seja tanto a geometria estática do lugar, como é uma expressão visual da dinâmica da sua complexidade. Estou me referindo à Teoria da Complexidade e, especificamente, à ideia da existência de “refletáforas” na paisagem.
O que é “refletáfora”?
O conceito de “refletáfora” vem emprestado da teoria da arte fractal. Segundo J. F. Briggs
(Fractals. New York, Touchstone, 1992), existem em grandes obras de arte justaposições
de fractais, ou padrões, repetidas em várias escalas. As múltiplas formas e cores autossemelhantes criam tensão entre similaridades e diferenças que estimula a experiência da vivacidade visual. Os fractais que produzem esse efeito visual podem