Pagode
A história dos batuques, lundus, umbigadas, samba tradicional, samba de roda, samba de fundo de quintal, pagode romântico e outros gêneros, estilos musicais e danças tem ligação direta com a história do pagode baiano. A evolução e miscigenação desses ritmos, juntamente com as mudanças no processo de urbanização das cidades, propiciaram ao pagode abordado aqui seu surgimento e progresso.
Para compreender todo esse processo histórico-cultural, necessitamos de um mergulho na história da música brasileira, no que tange à história das populações negras no Brasil e aos sons produzidos e seguidos, popularmente, nas senzalas ou nas ruas de duas importantes cidades brasileiras: Rio de Janeiro e, em caráter especial, Salvador, por se tratar da cidade na qual desenvolvemos a pesquisa. A música produzida muitas vezes desafiava atos governamentais e religiosos que iam de encontro às festas e demais reuniões musicais de negros e mestiços. Quando não desafiava os poderes constituídos, a música servia como refrigério ante a agressiva escravidão e marginalização negra.
Enfim, esses sons evoluíram e claro passaram a pertencer de fato à população brasileira como um todo. Percorreram outras regiões do país, mantiveram a sua força nos locais de origem e deram base para o surgimento de outros novos estilos, danças, ritmos, novas maneiras de protestar ou de apenas se divertir.
Ao ter fim a escravidão, novas formas de trabalho tomaram conta do país, embora a perspectiva de exploração se promulgasse. A música, que serviu como um meio de protesto ou de alegria ante a sofrida escravidão, no novo contexto histórico pós-abolição. E diante das novas formas de trabalho assalariado, continuara a ter mais força nas/para as camadas populares, nos processos de identificação coletiva tanto para reivindicar direitos, quanto para divertir a população.
As cidades do Rio de Janeiro e Salvador intensificaram suas produções culturais da música. Embora, muitas vezes,