outsourcing
Revista Produção Online, v.10, n.4, p. 734-752, dez., 2010
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fabricantes de patinetes da China. E foi a partir desse contato que surgiu a possibilidade da terceirização da produção para a China.
Para a formalização da parceria, um dos sócios viajou à China, com o objetivo de conhecer a fábrica e discutir os aspectos contratuais e técnicos do acordo. Um dos primeiros benefícios desse relacionamento foi a melhoria do produto. Com base na tecnologia utilizada pelos chineses na produção de patinetes, foram sugeridas por eles adaptações no Trikke, as quais foram aceitas e incorporadas. Assim, na opinião do entrevistado, houve um “agregamento de um conhecimento” advindo da experiência dos chineses, sendo esse processo um “avanço no negócio”.
De acordo com o entrevistado, a TRIKKE teve também como benefício a diminuição nos custos ligados à produção. Todo o investimento no ferramental necessário para a produção dos Trikkes ficou por conta dos chineses, além da utilização de toda capacidade instalada já existente.
Entretanto, a empresa teve problemas com esse primeiro fornecedor, que começou a não respeitar adequadamente os contratos firmados. O fabricante do Trikke na China fazia venda do produto sem o pagamento de royalties e tentou patentear o produto nos EUA. Além disso, um dos engenheiros que participou na implantação da linha de produção do Trikke montou a primeira fábrica pirata do produto. Cabe destacar também que outras fábricas piratas surgiram na seqüência em solo chinês, dado o sucesso já alcançado pelo Trikke no mundo (SEIFERT JÚNIOR; FERNANDES, 2005).
Diante desses problemas, a empresa buscou outros fabricantes para o Trikke.
Atualmente, a empresa conta com duas fábricas, também na China, que receberam a produção terceirizada. A estratégia de contar com outros parceiros decorre da percepção dos dirigentes de que, por não ter fábrica própria, a TRIKKE não poderia ficar refém dos interesses próprios de um único fornecedor. De acordo com o