Otan
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) tem lidado, desde o princípio da década de 90, com a necessidade de transformação interna devido a seu novo papel na ordem pós-guerra Fria. A dissolução da União Soviética eliminou a ameaça à segurança da Europa que motivara a criação da aliança em 1949. O que se seguiu foi, portanto, a adaptação de suas estruturas e capacidades para um novo ambiente de segurança. Contudo, este processo não ocorreu tão suavemente como esperado, já que a consolidação de uma ordem unipolar liderada pelos Estados Unidos evidenciou divergências internas com relação aos objetivos da organização, comprometendo a aliança euro-atlântica.
Se por um lado a OTAN foi capaz de reformular sua razão de existência, e atualizar e globalizar sua atuação, por outro permanece pouco claro o papel desta estrutura multilateral de segurança em um mundo unipolar dominado pelos Estados Unidos. A aliança euro-atlântica tem sido a base da segurança europeia por quase 60 anos, porém o desaparecimento da URSS e a elevação do status internacional dos EUA modificaram a percepção que tanto europeus como americanos têm sobre a coalizão.
A organização dedicou-se, pois, a esta nova tarefa, com o objetivo de se tornar o eixo da política de segurança de toda a Europa (isto, é considerando também os países que antes formavam o bloco adversário) e América do Norte. Assim, começou a tratar-se do alargamento a leste e, em 1997, criou-se o Conselho de Parceria Euro-Atlântica, um órgão consultivo e de coordenação onde têm também assento os países aliados da OTAN, incluindo os países da Europa de Leste o que desagrada à Rússia ao ver afastar-se da sua esfera de influência.
Com a queda do Muro de Berlim e desintegração do Pacto de Varsóvia, foi criado o Conselho de Cooperação do Atlântico Norte (CCAN) na sede da OTAN em setembro de 1991 como fórum para o debate e promoção das questões de segurança, quer para os membros da OTAN quer para