OSDEUSESDACIDADE
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Capítulo VI - OS DEUSES DA CIDADE A cidade era a reunião daqueles que tinham os mesmos deuses protetores e que executavam o ato religioso no mesmo altar, onde o fogo sagrado era sempre mantido e para a urbe era o que existia de mais sagrado. Para os gregos, o altar era denominado pritaneu e para os romanos, templo de Vesta. Os romanos estavam convencidos que o destino da cidade estava vinculado a esse fogo que representava os deuses. Em contrapartida, se uma das Vestais, que se prestava respeito deixasse o fogo apagar ou maculasse o culto faltando ao seu dever de castidade, a urbe, que se acreditava então ameaçada de perder seus deuses, vingava-se da vestal enterrando-a viva. Do mesmo modo que o culto do fogo doméstico era secreto, ficando reservado à família o direito de nele tomar parte, o culto do fogo público era vedado aos estrangeiros. Ninguém, a não ser que fosse cidadão, podia assistir aos sacrifícios. O olhar do estrangeiro por si só manchava o ato religioso. Cada cidade tinha deuses que só a ela pertenciam, os quais eram da mesma natureza daqueles da religião primitiva das famílias. Acreditavam que a alma não abandonava o corpo, disto resultava que esses mortos divinos estejam ligados ao solo onde suas ossadas tinham sido enterradas. Assim, de seus túmulos eles velavam pela cidade, protegiam o país. Os mortos eram os guardiões do país, desde que se lhes rendessem um culto. Era muito importante para uma cidade possuir mortos que durante a existência haviam sido homens importantes. Além desses heróis e desses gênios, os homens tinham deuses de uma outra espécie, como Júpiter, Juno, Minerva, para quais o espetáculo da natureza havia conduzido seu pensamento. Estes deuses não foram concebidos como deuses que velavam pelo gênero humano inteiro, acreditava-se que cada um deles pertencia principalmente a uma família ou a uma cidade. Os antigos jamais representaram Deus como um ser único exercendo sua ação sobre o universo. Cada um de seus