OS ÍNDIOS KRENA

1596 palavras 7 páginas
1.3 A VIDA E TRAJETÓRIA CONTEMPORÃNEA KRENAK
Depois das guerras coloniais, tentativas de catequização e pacificação, os Borun Krenak, únicos sobreviventes da nação dos "Botocudos", tiveram que enfrentar anos mais tarde a abertura da estrada de ferro Vitória-Minas, que acarretou ainda mais a diminuição do povo. Com a construção, a urbanização aumentou, e os Krenak tiveram suas terras invadidas e arrendadas.
A idéia da construção da Estrada de Ferro Vitória-Minas teve sua origem nos Primeiros anos da República, durante o período em que D. Pedro II governou o Brasil como imperador. Depois, quando foi proclamada a República, o estado dava privilégio para as empresas inglesas para que essas construíssem estradas e ferrovias e explorassem o tráfego.
Os Krenak chamavam a Maria-Fumaça que percorria nos trilhos, de "Guapo", que significa monstro que vomita fumaça. Dejanira Krenak lembra que nesta época foram trazidos para a reserva Krenak, grupos de pessoas para conversar com os índios e dizer para não ficarem na frente do Guapó.
Relatos Krenak contam que muitos Borun morreram na linha férrea. Os Krenak não aceitavam de modo algum que seu território fosse invadido e atravessado pelo Guapó dos Kraí. Existiam Borun que tentavam parar o trem com as próprias mãos e acabavam morrendo. Os Krenak perceberam que o trem era muito forte para se parar com as mãos, então, a noite vários homens saiam na extensão da linha férrea para arrancar os trilhos.
A construção da estrada de ferro (EFVM) trouxe consigo grande contingente de trabalhadores para a região que, inauguradas as estações ferroviárias em Minas no ano de 1916, as mesmas tornaram-se ponto de viajantes, agricultores, pecuaristas, madeireiros, exploradores de pedras; propiciando com rapidez os vários surgimentos de vilas e arraiais na região. A ocupação e a EVFM valorizaram as terras do Vale do Rio Doce e aumentou o conflito entre os Krenak e os ocupantes.
De acordo com o professor da Universidade Vale do Rio Doce,

Relacionados