Os valdenses
Os valdenses surgiram com numerosos grupos de irmãos que se separaram da cristandade oficial para procurar uma forma de cristianismo mais puro com mais fidelidade à palavra de Deus, ou seja, embora seja impossível precisar o seu início, é provável que fossem em seu núcleo essencial um remanescente que se separou da cristandade oficial rejeitando a união da igreja e o Estado.
Existem várias evidências a favor da sua antiguidade, tais como:
• O inquisidor Rainero, que morreu em 1259, escreveu: “entre todas estas seitas..a dos valdenses foi a que por mais tempo tem existido, porque alguns dizem que tem perdurado desde os tempos de silvestre (Papa em 314-335 DC), outros do tempo dos apóstolos.”
• Aurélio Rorenco, pároco de São Roque em Turim, escreveu que os valdenses são tão antigos que não se pode precisar tempo de origem.
• A sua relativa falta de antagonismo para a cristandade oficial.
Resta saber que os numerosos irmãos perseguidos conhecidos pelos diferentes nomes que lhes eram dados os seus perseguidores, chegaram, com o tempo a constituir um testemunho unido e de vasto alcance, fora da cristandade organizada. Graças aos escritos que os valdenses conseguiram perdurar apesar da perseguição. E hoje podemos saber que aqueles grupos de irmãos, unidos por estreitos laços de comunhão não eram absolutamente hereges gnósticos ou maniqueus, tal como pretendiam os que perseguiam e matavam, mas sim verdadeiros crentes ortodoxos em sua fé e bíblicos em suas práticas.
Um dos homens mais conhecidos e destacados entre eles foi Pedro de Valdo, um bem sucedido comerciante e banqueiro de Lion que, depois de uma atenta leitura à bíblia foi impactado profundamente pelas palavras do Senhor em Mateus 19:21, “Se quer ser perfeito, vai vendes tudo o que tem e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e depois vêm e segui-me.” Depois disto em 1173, deu uma boa quantia a sua esposa, e repartiu o resto de sua fortuna aos pobres e se entregou a uma vida itinerante