Os Transportes como Fator de desenvolvimento
Nos quase 500 anos em que se completou o processo de plena ocupação e integração do espaço nacional, a construção de uma rede unificada de transportes foi apresentada sempre como a única forma de assegurar a integridade do território.1
Todavia, foi somente após a Independência que começou a se manifestar explicitamente no Brasil a preocupação com o isolamento das regiões do país como um obstáculo ao desenvolvimento econômico.
Durante os governos do Império (1822-1889), e de igual forma após a proclamação da República, significativo número de brilhantes engenheiros brasileiros elaborou planos detalhados e ambiciosos de transportes para o Brasil.
Tendo como principal propósito a interligação das distantes e isoladas províncias com vistas à constituição de uma nação-estado verdadeiramente unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no país explicitavam firmemente a sua crença de que o crescimento era enormemente inibido pela ausência de um sistema nacional de comunicações, e de que o desenvolvimento dos transportes constituía um fator crucial para o alargamento da base econômica do país. Acreditavam, também, que a existência de meios de comunicação viria promover mudanças estruturais na economia brasileira, ao permitir o povoamento das áreas de baixa densidade demográfica e, sobretudo, por possibilitar a descoberta e o desenvolvimento de novos recursos que jaziam ocultos no vasto e inexplorado interior da nação. A promoção da imigração também era, para muitos desses engenheiros, outro resultado importante que adviria da expansão dos transportes, por propiciar a abertura de novas terras agricultáveis para colonização.
Um claro exemplo dessas preocupações remotas com os transportes como um fator de desenvolvimento foi o Plano
Rebelo, submetido ao governo imperial no ano de 1838 pelo engenheiro José Silvestre Rebelo. Concebido antes de o
Brasil ter começado a construir as suas