Os Sete Pecado do Capital
Para o homem da virada do milênio, a vida empresarial é fonte de realização e frustração, prazer e ódio Por Thomaz Wood Jr.
OS PECADOS DO CAPITAL
Para o homem da virada do milênio, a vida empresarial é fonte de realização e frustração, prazer e ódio.
Por Thomaz Wood Jr.
Nós humanos cultivamos com estranha persistência o hábito de nos tornarmos vítimas das armadilhas que nós mesmos criamos. E as empresas parecem ter se transformado em uma das maiores armadilhas já criadas pelo homem. Organizações, sejam grandes ou pequenas, privadas ou estatais, familiares ou profissionais, constituem um dos fenômenos mais significativos do nosso tempo. A vida da maior parte das pessoas é moldada por uma ou outra forma de organização. Passamos, como empresários, como executivos ou como empregados, pelo menos oito horas por dia em algum tipo de organização. Empresas são fontes de prazer e neurose, realização e estresse. Poderosas, elas atraem e seduzem, cooptam e socializam. Para muitos de nós, organizações constituem fonte de identidade e razão de vida. Elas nos inspiram sentimentos de identificação, admiração e, vez por outra, ódio. Nossa convivência com elas é marcada pela alternância de sensações de amor e ódio, prazer e dor. Sofremos no emprego e, principalmente, quando ele nos falta. Não parece haver estatísticas a respeito, mas aquele que levasse a cabo uma pesquisa, certamente verificaria que muitas das neuroses do sofrido homo sapiens nesta virada de milênio relacionam-se à vida na empresa. Se não faltam neuroses e perversões dentro das empresas, também não faltam pecados. Quem não foi vítima da inveja, ao assumir um novo cargo e provocar nos (ex-)amigos um inconfessável ressentimento e aquele gosto amargo da derrota? Quem não viveu momentos de ira, controlada ou aberta, ao deparar-se com uma maré de decisões irrefletidas ou simplesmente injustas, daquelas que ignoram o bom senso e criam problemas maiores que os que as motivaram?