Os sentidos da aprendizagem para PROFESSORES da educação infantil, ensino fundamental e médio
INTRODUÇÃO
Este artigo apresenta um recorte dos resultados de uma pesquisa de iniciação científica em que se discutiu e foram analisados os sentidos atribuídos pelos professores à medicalização dos alunos. O referido estudo fez com que tomássemos contato com os sentidos que esses professores atribuíam ao processo de aprendizagem, e da intrínseca relação entre este e a medicalização, sendo essa a discussão que ora apresentamos. Iniciamos com uma explanação acerca da construção histórica da medicalização dos alunos e sua aproximação à instituição escolar.
A partir do século XIX, pautando-se em um movimento progressista tem início a luta de diversas categorias por um BRASIL novo, que tinha como pressupostos o avanço e o desenvolvimento econômico. E a ESCOLA foi a instituição socialmente reconhecida como aquela que seria responsável pela constituição do
"novo homem", na medida em que esta deveria forjar sujeitos capazes de alavancarem e acompanharem o
"progresso". E foi diante desse cenário que a Psicologia passou a atuar expressivamente nos espaços escolares, sendo considerada, desde então, uma ciência fundamental na sustentação de práticas pedagógicas e na produção de técnicas que pudessem, não apenas orientar, mas também "adaptar" o desenvolvimento dos sujeitos aos novos interesses econômicos1.
Com base nessa perspectiva, predominava o discurso adaptativo, segundo o qual o aluno deveria se adaptar aos modos de ensino da ESCOLA, portanto, aqueles que porventura não apresentassem os resultados esperados eram considerados "problemáticos", e as justificativas para tal baseavam-se principalmente em duas vertentes. A primeira, com foco organicista, considerava que as diferenças no rendimento escolar, justificavam-se principalmente pela multiplicidade de raças. Segundo essa corrente, as diferentes raças humanas apresentavam tanto disparidades fisiológicas e