Os reis filósofos
Luiz R. Salinas Fortes
O Iluminismo, ou "Filosofia das Luzes", foi um período entre o final do século XVII e o ano de 1780. É uma filosofia de valorização do homem e da crença nos poderes da Razão humana. Dentre os principais iluministas, figuram Montesquieu, Voltaire, Jean-Jacques Rousseau e Diderot.
À época, um jogo de cartas comparava os pensadores iluministas aos "reis filósofos", o ideal de um Império da Razão: o iluminista Rosseau aparecia como Rei de Paus e Voltaire como o Rei de Copas. Completando o time, dois célebres autores que não faziam parte do movimento, mas eram ligados a ele: La Fontaine (criador das Fábulas) era o Rei de Copas e Molière (rei da dramaturgia francesa) o rei de Espadas.
Não existia um laço partidário, ideológico ou doutrinário que unisse os pensadores do Iluminismo: o que os unia era a luta pela Razão. O pensamento levantado por eles era o ideal de "liberdade frente à tradição religiosa, ser livre no exercício de sua razão, senhor de suas próprias opiniões e fonte da sua própria verdade".
Nem todos os países reforçavam uma mesma forma de pensamento para defender o Iluminismo. Na Alemanha, por exemplo, ele andava lado a lado com o ensino da Teologia. Na França, era o oposto disso. A semelhança entre esta variedade era a nova atitude do pensador iluminista frente ao universo: uma atitude questionadora. No Iluminismo, o homem se torna objeto de seu próprio estudo, e por isso surge a necessidade do uso da História como ciência, o estudo do passado como forma de compreender nossa própria sociedade.
Vale ressaltar que o poder da razão não é uma descoberta do Iluminismo. Três séculos antes, ele foi a ideologia do Renascimento na própria França, por autores como Francis Bacon, René Descartes e John Locke. Suas obras foram a base do pensamento iluminista. A diferença entre Renascimento e Iluminismo está na atitude: o iluminista não discute apenas em círculos fechados, mas debate abertamente em