Os raios x
Regina Helena Porto Francisco
Professora Dra. do IQSC-USP - Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo e-mail: porto@iqsc.usp.br
Os raios X foram descobertos casualmente por Roëntgen em 1895, recebendo este nome devido às suas características que logo de início surpreenderam a todos. Ao longo de um século eles têm sido usados em várias aplicações.
Eles constituem um tipo de luz, ou seja, uma radiação eletromagnética, isto é, de uma vibração de dois campos, um elétrico e outro magnético, num movimento ondulatório. Como tal, não requerem um meio material para a sua propagação, pois a luz se propaga no vácuo com velocidade de 300 mil quilômetros por segundo.
As radiações eletromagnéticas têm sempre a mesma natureza e se caracterizam pela sua energia, ou pela sua freqüência, ou pelo seu comprimento de onda, uma vez que estas três características estão interrelacionadas. O conjunto de todos os valores possíveis de uma destas três propriedades constitui o espectro eletromagnético. O espectro apresenta radiações de energias e freqüências muito altas, e comprimentos de onda muito curtos, que vão variando e chegam a regiões de energia e freqüência muito baixas e comprimentos de onda grandes.
Na região de altíssima energia do espectro, encontram-se os raios gama, que são usados, por exemplo, nos processos de radioterapia para tratamento de câncer. A alta energia desta luz, que não é visível, atinge e destrói o tecido dos tumores. O grande problema é que destrói também o tecido saudável, apresentando efeitos colaterais perversos.
Ao lado dos raios gama, com valores de energia um pouco menores, estão os raios X. Depois deles, ainda em ordem decrescente de energia, encontram-se a radiação ultravioleta e a região visível do espectro, que recebeu este nome porque pode ser detectada pelo olho humano.
Com energias menores do que a da luz visível estão as radiações infravermelhas, que aquecem nosso corpo, as microondas, utilizadas para