Os que bebem como caes
A obra é uma prosa de ficção dramática, narrada, em 3ª pessoa, por um narrador extradiegético. A fricção do romance com o real é máxima, pois os fatos descritos aconteceram na época da Ditadura Militar, ou seja, a realidade apresentada foi iconizada pelo autor.
Os capítulos da obra são A cela, O pátio e O grito, que se repetem sucessivamente. Todos estão interligados, dando uma idéia de circularidade, mas a narrativa não regride, ou seja, quando se inicia um novo capítulo A cela, após os acontecimentos do capítulo O grito, a personagem retorna apenas à cela, mas vive outras experiências. É possível observar que, no final de alguns capítulos, o autor já insere o início do capítulo seguinte. Desse modo, percebe-se que se trata de uma direção discursiva linear na macronarrativa e uma direção discursiva não-linear espiral na micronarrativa.
A participação da recepção pode ser considerada média ou máxima, uma vez que a obra é, aqui aberta, ali semi-aberta. Provavelmente, muitos leitores a deixaram de ler por causa do ritmo lento da narrativa: o dia-a-dia de um preso desmemoriado que tenta relembrar seu passado. A repetição dos capítulos (A cela, O pátio, O grito),