Os pré socraticos
Os
Pré-Socráticos
I – Tales de Mileto. Como apresentamos no início, a filosofia grega nasceu nas colônias mais distantes, e foi exatamente em Mileto, na Jônia, por volta de 624 a.C., que nasceu Tales, tido como o primeiro filósofo e precursor da filosofia grega. Além de filósofo, foi matemático e astrônomo, aliás, sua morte provavelmente ocorreu em 562 a.C., vítima de um acidente enquanto observava os astros. Outro fator importante a ser ressaltado é a tradição oral da Grécia, o que resultou em muito poucos escritos dos filósofos daquela época. E com Tales não foi diferente, pois não se tem notícia de que tenha escrito algo, e conhecemos suas idéias apenas pelos escritos posteriores. A pergunta filosófica mais elevada, “Qual é a causa última, o princípio supremo de todas as coisas?” foi colocada por Tales sistematicamente na tentativa de encontrar uma resposta racional, livre da explicação mítica. A observação de Tales foi a partir da natureza. Considerando os elementos mais presentes em toda a natureza, o ar, a terra, a água e o fogo, o filósofo concluiu que o princípio supremo de todas as coisas era a água, vez que esta podia se alterar em várias outras formas, dando origem, por condensação, à terra, por rarefação, ao ar e ao fogo. Embora certamente ingênua a resposta, não se pode negar a importância da água para a vida. Mas a partir desse questionamento de Tales estabeleceu-se a definição do termo physis, que significava, para os filósofos da época, não apenas a natureza existente, mas, verdadeiramente, a realidade fundamental e primeira de toda a natureza. Outro aspecto a ser destacado é a concepção de água que se deve ter a partir do pensamento de Tales, pois como princípio universal, não é apenas a água na forma como conhecemos, mas efetivamente uma liquidez primeira do universo, e se confunde, mesmo com deus, posto que para ele, todas as coisas estavam plenas de deuses.[2] II – Anaximandro de Mileto.